Thursday, April 03, 2008

Alice-rce

champagne azul, decorada. degolada, saltavam as veias azuis. o jazz no ouvido, tímpanos surdos da multidão. caiu, não deu um ai, um piu. miou pra dentro, na certa, no desconcerto do improviso da harmonia. as narinas brancas de pó, o pulmão preto de fumaça. esgarçava os batuques como nenhuma outra. talvez fosse só, só como todos sóis. talvez fosse sol. Maior.
quadrinhos eróticos, trincheiras, abotoaduras e sapatos de salto. cinzas pelo carpete, alquimia de quintal. lampejos, lampejos e mais lampejos. os olhões azuis, como as veias, me fitavam e me apertavam os trilhos. trens descarrilhados, sempre. ela deslizava na ponta de pé - um tanto ingênua. doce, sempre, doce. até quando esperneava nos contos de fada, catalisando a realidade na mais pura alfinetada.
assassinou os grilhões, andava cabisbaixa. os cílios de cima encostavam os cílios de baixo e ela pedia pra ir. os sinos tocando, as paredes gritando, as mesas redondas que ela tinha pela casa, pequenas, como nos cafés parisienses ou pés de meia de criança. a distância entre cafés e cirandas no fundo é bem pouca.
Pouca roupa, muito espaço. desenlace da casa, da rua, dos sonhos, do corpo. tudo é sempre muito-pouco: Muito e Pouco. A adrenalina estava fluindo, os desejos quase cabiam da porta pra dentro. mas eu aprendi o caminho da minha casa pra tua e aprendi, quase sem querer, a abrir a porta da rua.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

gosto do ritmo e de tudo que suscita.

cresces. longe dos meus olhos.

2:16 PM  

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