Espero,
(des)espero.
Tempo áspero e indigesto.
Sinto um gesto sincero
e assim selo nosso pacto:
suprimir os segundos sem olhar pra trás.
Sem saber se vale a pena.
Apenas.
Há de haver algo a ver,
Algo que a versão de mim
não cegue.
O móbile de prisma refratou a luz que entrava pela janela. Quebrou em milhões de pequenas luzinhas. Dançaram, pararam, dançaram. Fugiram para cada canto do quarto, atravessando os poréns chamados obstáculos. Aos olhos me escapou, não pude perceber, talvez pelo excesso de percepção que a realidade exija. Visto com olhos de quem não vê, não passava de um quarto escuro, com feixes luminosos. Visto de cima, estava iluminado.
Acordei com vontade de abraçar o mundo,
Mas não cabia de greenwich pra cá.
Fiquei então com a metade de lá,
A metade que me completa, na qual você está.