"Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito."
Brigo muito com as palavras. Não devo, temo, não pago.
Existe alguma brecha, entre um suspiro e outro, entre um abaixar as pálpebras e levantar, - ainda sem distinguir cores - no limiar do eu e do mundo, existe aí, em algum canto, um acesso ao mundo real. A gente não aprende a procurar, não aprende a supor que sequer deva procurar. Não aprende a aprender, não aprende.... E por isso a gente rodeia, quando rodeia e não acha, quando não acha, porque eu acho é que a gente acha, todo dia.
Em alguns milímetros de solidão solidificada dá pra encontrar milhões de digitais desse mundo que nunca se viu e dá até pra sentir saudade do que nunca se sentiu. É como se ali, onde tudo é menor e maior ao mesmo tempo - mas não é dissonante - ali onde não há outro alguém a não ser você e já não dá mais pra brincar de viver e de ser, o único gancho, o único chão que te resta é esse sopro do mundo. É isso, é um sopro. Um sopro frio quando o dia tá quente, aquele sopro que quase chega a amenizar o calor porque é frio, mas esfria um micro-centígrado a mais e dá frio no meio do calor.
E essa sensação que se sente nessas horas é tão instável, tão inapreensível pelas palavras que quando ela é pega no ar, já vira outra coisa, e quando se percebe que ela virou outra coisa, ela já desvirou pra outra e assim vai. Parece até que vira do avesso.
E desvira.. e vira...
E cai na via láctea passeando por aí, até encontrar aquela brecha, entre um suspiro e outro, entre um abaixar as pálpebras e levantar, - ainda sem distinguir cores - no limiar do eu e do mundo quando eu já esqueci que era eu.
Existe alguma brecha, entre um suspiro e outro, entre um abaixar as pálpebras e levantar, - ainda sem distinguir cores - no limiar do eu e do mundo, existe aí, em algum canto, um acesso ao mundo real. A gente não aprende a procurar, não aprende a supor que sequer deva procurar. Não aprende a aprender, não aprende.... E por isso a gente rodeia, quando rodeia e não acha, quando não acha, porque eu acho é que a gente acha, todo dia.
Em alguns milímetros de solidão solidificada dá pra encontrar milhões de digitais desse mundo que nunca se viu e dá até pra sentir saudade do que nunca se sentiu. É como se ali, onde tudo é menor e maior ao mesmo tempo - mas não é dissonante - ali onde não há outro alguém a não ser você e já não dá mais pra brincar de viver e de ser, o único gancho, o único chão que te resta é esse sopro do mundo. É isso, é um sopro. Um sopro frio quando o dia tá quente, aquele sopro que quase chega a amenizar o calor porque é frio, mas esfria um micro-centígrado a mais e dá frio no meio do calor.
E essa sensação que se sente nessas horas é tão instável, tão inapreensível pelas palavras que quando ela é pega no ar, já vira outra coisa, e quando se percebe que ela virou outra coisa, ela já desvirou pra outra e assim vai. Parece até que vira do avesso.
E desvira.. e vira...
E cai na via láctea passeando por aí, até encontrar aquela brecha, entre um suspiro e outro, entre um abaixar as pálpebras e levantar, - ainda sem distinguir cores - no limiar do eu e do mundo quando eu já esqueci que era eu.